17 resultados para Intestinos -- Doenças inflamatórias Teses

em Biblioteca de Teses e Dissertações da USP


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A doena periodontal (DP) corresponde a um grupo de doenças inflamatórias que acomete as estruturas periodontais de proteo e de suporte e pode levar perda dentria. A etiologia est relacionada placa dentobacteriana que leva produo de grande quantidade de citocinas pr-inflamatórias importantes na destruio tecidual. A angiotensina (Ang) II tambm pode contribuir para a inflamao e destruio tecidual no periodonto agindo como mediador chave. A utilizao de drogas que atuem na cascata do sistema renina-angiotensina (SRA) poderia interferir no estado de sade ou inflamao do tecido mole, na perda ssea alveolar e na expresso gnica dos componentes do SRA e mediadores inflamatrios. Portanto, o objetivo do presente trabalho foi investigar se o ramipril, um inibidor da enzima conversora de angiotensina (ECA), altera a progresso da DP induzida experimentalmente em ratos. Foi utilizado o modelo de induo da DP por colocao de ligadura ao redor do primeiro molar inferior direito de ratos. Os grupos com 10 animais cada, foram divididos em tratados com ramipril (via gavagem 10 mg/kg/dia) ou gua (veculo) durante 14 e 21 dias e o grupo Sham submetido induo fictcia da DP. Outros quatro grupos foram submetidos ao pr-tratamento com ramipril durante os perodos de 7 e 14 dias e aps a induo da DP e tratados por 14 ou 21 dias. As metodologias de avaliao foram: extrao de RNA total, transcrio reversa seguida de reao em cadeia da polimerase quantitativa (RTqPCR), anlises histolgica e da perda ssea alveolar. Os dados foram analisados por meio de grficos e os resultados foram submetidos anlise unidirecional de varincia (ANOVA) e representaram mdias e respectivos desvios-padro. Diferenas entre os grupos foram consideradas estatisticamente significativas quando p < 0,05. Com base nos resultados obtidos pode-se concluir que o ramipril foi capaz de reduzir a progresso da perda ssea no grupo tratado por 21 dias (DP-21d-Rami), entretanto houve aumento do processo inflamatrio, alm de alterao da expresso de RNAm de ECA-2 e do receptor Mas, alguns mediadores do processo inflamatrio, como COX2 e VEGF, e os receptores VEGF-R1 e VEGF-R2.

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As glndulas salivares so estruturas essenciais para a manuteno da homeostase da cavidade oral pela sntese e secreo do fluido salivar. A disfuno ou perda permanente das glndulas salivares causadas por radioterapia, doenças inflamatórias ou desordens congnitas elevam principalmente o risco de infeces da mucosa oral e de estruturas dentrias, alm de potencialmente prejudicar funes fisiolgicas como fala, mastigao e paladar, diretamente interferindo na qualidade de vida dos indivduos afetados. Os tratamentos atualmente disponveis so apenas paliativos, ressaltando a necessidade de se compreender melhor os processos embriognicos a fim de desenvolver novas estratgias teraputicas capazes de regenerar as glndulas salivares. O princpio da formao das glndulas salivares baseia-se na coordenao de diversos processos morfogenticos, e este trabalho foca particularmente em investigar a formao do espao luminal do sistema de ductos, uma vez que a adequada abertura dos lumens um processo essencial para a secreo salivar. Relata-se que a remoo das clulas centrais dos cordes slidos epiteliais por morte celular apopttica o principal mecanismo de abertura do espao luminal dos futuros ductos glandulares em camundongos. Porm, pouco se sabe sobre o controle temporal da apoptose durante o desenvolvimento glandular e sobre seu comportamento em glndulas salivares humanas. Neste trabalho, o perfil de expresso de diversas protenas envolvidas na cascata apopttica em glndulas salivares fetais humanas foi analisado de acordo com cada estgio morfogentico por imunoistoqumica (Bax, Bak, Bad, Bid, Bcl-2, Bcl-x, Bcl-xL, caspase-3 clivada, caspases-6, -7 e -9, apaf-1, survivina e citocromo c). As anlises semi-qualitativas resultaram em negatividade apenas para as protenas Bcl-2, Bad, Bid e caspase-3 clivada em todas as fases de desenvolvimento. A expresso nuclear de Bax e Bak foi identificada em presumidos espaos luminais em estgios precoces, enquanto Bcl-xL foi o fator antiapopttico da famlia Bcl-2 que exibiu expresso nuclear mais importante. Caspases-6, -7 e -9 foram positivas em todas as fases, e a ausncia de caspase-3 clivada sugere caspase-7 como principal caspase efetora da apoptose em desenvolvimento de glndulas salivares humanas. Ambos os componentes do complexo apoptossomo foram positivos durante o desenvolvimento glandular, e o inibidor survivina demonstrou mais positividade nuclear em estgios mais avanados. Ao observar a expresso de reguladores apoptticos durante o desenvolvimento glandular humano, foram realizados experimentos funcionais com culturas de tecido glandular de camundongos para avaliar o papel das caspases durante a formao desta estrutura. Inicialmente detectou-se a atividade apopttica em glndulas salivares de camundongos albinos no centro dos cordes epiteliais primrios a partir de estgios precoces de desenvolvimento atravs de TUNEL e caspase-3 clivada. A partir disso, foi realizada a inibio apopttica funcional in vitro durante o mesmo perodo, que resultou em ductos significativamente mais amplos e em defeitos morfolgicos importantes nas estruturas luminal e acinar. Este trabalho evidenciou portanto atividade apopttica durante a formao de glndulas salivares humanas e de camundongo, expressando-se em fases mais precoces do que reportadas anteriormente. Alm disso, a ausncia de Bad e Bid indica que a via intrnseca est mais ativa que a extrnseca, e distintos perfis de expresso da maioria das molculas sugere adicionais funes no-apoptticas durante a morfognese glandular.

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As Doenças inflamatórias intestinais (DII) so multifatoriais e sua etiologia envolve susceptibilidade gentica, fatores ambientais, disbiose e ativao exacerbada do sistema imunolgico no intestino. Essas doenças tambm tem sido relacionadas a baixos nveis de dehidroepiandrosterona (DHEA), um hormnio precursor de diversos esteroides e relacionado modulao das respostas imunes. Porm, os mecanismos precisos que relacionam as aes deste hormnio com a proteo ou susceptibilidade doena de Crohn ou colite ulcerativa ainda no so totalmente conhecidos. Sendo assim, este projeto buscou entender o papel imunomodulador do DHEA exgeno in vitro e in vivo durante a inflamao intestinal experimental induzida por dextran sulfato de sdio (DSS) em camundongos C57BL/6. Inicialmente, in vitro, DHEA inibiu a proliferao de clulas do bao de forma dose dependente nas concentraes de 5?M, 50?M ou 100?M, com diminuio da produo de IFN-?. Este hormnio no foi txico para clulas de linhagem mieloide, embora tenha causado necrose em leuccitos nas doses mais elevada (50 ?M e 100?M), o que pode ter influenciado a diminuio das citocinas in vitro. Nos ensaios in vivo, os camundongos tratados com DHEA (40 mg/Kg) foram avaliados na fase de induo da doena (dia 6) e durante o reparo tecidual, quando os animais expostos ao DSS e ao DHEA por 9 dias foram mantidos na ausncia destas drogas at o dia 15. Houve diminuio do escore ps-morte, melhora no peso e nos sinais clnicos da inflamao intestinal, com reduo de moncitos no sangue perifrico com 6 dias e aumento de neutrfilos circulantes na fase de reparo tecidual (15 dias). Ainda, a suplementao com DHEA levou reduo da celularidade da lmina prpria (LP) e ao restabelecimento do comprimento normal do intestino. O uso deste hormnio tambm diminuiu a expresso do RNAm de IL-6 e TGF-?, enquanto aumentou a expresso de IL-13 no coln dos animais durante a fase de induo da doena, o que provavelmente ajudou na atenuao da inflamao intestinal. Alm disso, houve acmulo de linfcitos CD4+ e CD8+ no bao e diminuio apenas de linfcitos CD4+ nos linfonodos mesentricos (LNM), indicando reteno das clulas CD4+ no bao aps uso do DHEA. O tratamento foi tambm capaz de aumentar a frequncia de clulas CD4 produtoras de IL-4 e diminuir CD4+IFN-?+ no bao, alm de reduzir a frequncia de CD4+IL-17+ nos LNM, sugerindo efeito do DHEA no balano das respostas Th1/Th2/Th17 relacionadas colite. Em adio, as clulas de bao dos animais tratados com DHEA e expostos ao DSS se tornaram hiporresponsivas, como visto pela diminuio da proliferao aps re-estmulos in vitro. Finalmente, DHEA foi capaz de atuar no metabolismo dos camundongos tratados, levando diminuio de colesterol total e da frao LDL no soro durante a fase de induo da doena, sem gerar quaisquer disfunes hepticas. Com isso, podemos concluir que o DHEA atua por meio do balano das respostas imunes exacerbadas, minimizando os danos locais e sistmicos causados pela inflamao intestinal induzida por DSS.

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O leo da amndoa de pequi (Caryocar brasiliense Camb.) considerado um coproduto do fruto, consumido na regio do Cerrado, bioma brasileiro. Ele fundamental para agregar valor e ampliar a utilizao deste fruto regional a outros setores produtivos comerciais. Relatos na literatura apontam que o leo possui capacidade antioxidante e efeitos benficos sobre doenças inflamatórias, que esto associados presena de cidos graxos insaturados e fitoqumicos em sua composio qumica. Por outro lado, o tetracloreto de carbono (CCl4) uma potente hepatotoxina, capaz de gerar radicais livres que levam ao estresse oxidativo e inflamao. Nesse contexto, o objetivo do presente estudo foi caracterizar os leos da amndoa de pequi obtidos artesanalmente e por prensagem a frio e verificar o efeito de seus constituintes graxos e bioativos sobre parmetros oxidativos e inflamatrios de ratos submetidos toxicidade aguda induzida por tetracloreto de carbono. Inicialmente, foram investigados os parmetros de qualidade dos leos, bem como o perfil de cidos graxos, teores de compostos bioativos, capacidade antioxidante e estabilidade termo-oxidativa. Os leos da amndoa de pequi apresentaram boa qualidade e resistncia termo-oxidativa e mostraram-se ricos em cido graxo oleico, alm de possurem compostos com propriedades antioxidantes, como fenlicos, carotenoides, tocoferis e fitosteris. Posteriormente, o efeito do tratamento por 22 dias com leos da amndoa de pequi artesanal ou prensado a frio (3 mL/kg) sobre a toxicidade aguda induzida pelo CCl4 em ratos \"Wistar\" machos foi avaliado. Para tal, foram determinados marcadores bioqumicos sricos, perfil lipdico, peroxidao lipdica, marcadores do sistema de defesa antioxidante e detoxificante, alm de parmetros inflamatrios do tecido heptico. De maneira geral, verificou-se que os leos da amndoa de pequi no minimizaram as alteraes hepticas induzidas pelo CCl4, evidenciadas pelas enzimas marcadoras do dano heptico e por parmetros inflamatrios, no entanto os animais tratados com o leo prensado a frio aumentaram sua capacidade antioxidante.

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A recente evoluo das doenças crnicas no transmissveis (DCNT), possivelmente associadas s mudanas de hbitos alimentares, tem sido um desafio para a promoo da alimentao saudvel em vrios pases, inclusive no Brasil, onde o sdio tem sido o foco de ateno, pela possibilidade da reduo da sua elevada ingesto ser uma das medidas com melhor custo benefcio para sade pblica. necessrio conhecer o contedo de sdio e de componentes especficos, relacionados s DCNT nos alimentos comercializados no pas, para orientar o consumidor na seleo adequada dos alimentos e mesmo para modificar sua composio; no entanto, nas bases de dados, o contedo desse mineral est presente em um nmero reduzido de alimentos. O objetivo da presente pesquisa foi a elaborao de uma base de dados de alimentos processados com componentes especficos associados s DCNT, dando nfase ao sdio, e avaliar o uso dessa base de dados para estimar a sua ingesto. Informaes nutricionais de rtulos e de websites de indstrias de alimentos foram coletadas para incluso na base de dados, elaborada de acordo com as diretrizes do International collaborative project to compare and monitor the nutritional composition of processed foods, coordenado pelo The George Institute for Global Health (Austrlia). A avaliao da variao do contedo de sdio foi realizada para alguns alimentos processados presentes na base de dados, considerando os de maior consumo nacional. O contedo de sdio em refeies de restaurantes populares de So Paulo foi analisado por espectrofotometria de absoro atmica de chama e estimado pela base de dados elaborada para comparao. Na base de dados esto includas informaes de 2.319 alimentos distribudos em 14 grupos. Foi observada grande variao no contedo de sdio entre diferentes tipos de pes de forma industrializados, de salsichas, de linguias, de queijos e iogurtes. O contedo de sdio analisado nas refeies (base integral) variou de 215,9 mg a 427,9 mg por 100 kcal, enquanto que o contedo de sdio estimado variou de 204,2 mg a 486,8 mg por 100 kcal (418 kJ). A anlise do coeficiente de correlao entre valores analticos e estimados do contedo de sdio em refeies mostrou forte correlao entre esses dados para dois restaurantes (r=0,703 e 0,897) e moderada correlao para outros dois (r=0,513 e 0,622) dos cinco restaurantes estudados, indicando que atravs da base de dados elaborada possvel obter uma estimativa da ingesto de sdio. A importncia de se conhecer o contedo de sdio de refeies e/ou alimentos est na possibilidade de uso dessas informaes para orientar a reduo do sal empregado no preparo da refeio, e ampliar para o consumidor informaes que permitam identificar alternativas para reduo do consumo de sal.

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Introduo: O excesso de peso em adultos jovens est associado ao desenvolvimento de doenças crnicas no transmissveis (DCNT) e diminuio da qualidade de vida e ao aumento da mortalidade precoce. A transio da adolescncia para a fase adulta o perodo de maior risco para a incidncia da obesidade. Objetivo: Estimar o efeito o ndice de massa corpora (IMC) aos 20 anos sobre a incidncia de DCNT em adultos brasileiros com idade entre 30 a 49 anos. Mtodos: Foram selecionados 12.079 indivduos de 30 a 49 anos da Pesquisa Nacional de Sade (PNS), realizada no ano de 2013. O modelo adotado para determinao das DCNT foi aquele proposto pela Organizao Mundial de Sade. A incidncia das DCNT (hipertenso, doenças cardiovasculares, diabetes e cncer, entre outras), informada pela data do diagnstico, foi modelada como funo do IMC aos 20 anos. Os indivduos sem a doena at o presente foram considerados como censura. As estimativas de sobrevida foram calculadas com o mtodo de Kaplan-Meier (KM) para cada uma das doenças, estratificada por sexo e ajustada por escolaridade. A anlise dos fatores de risco para as doenças foi feita utilizando-se o modelo de riscos proporcionais de Cox. Resultados: Nas curvas de sobrevida KM, indivduos com IMC >=25kg/m apresentaram incidncia mais elevada e precoce de DCNT, principalmente hipertenso, diabetes e depresso. A idade mediana para incidncia do diabetes em obesos foi de 47 anos para homens e 48 anos para mulheres. A incidncia da hipertenso arterial foi 4,2 por mil com sobrevida mediana de 48 e 44 anos em mulheres com excesso de peso e obesidade, respectivamente. Dentre os fatores de risco associados as DCNT, o tabagismo em idade precoce foi associado incidncia de depresso. Concluso: O excesso de peso em adultos jovens aumenta a incidncia precoce de DCNT, com efeitos negativos na qualidade de vida, lazer e produtividade, alm de aumentar a demanda por servios de sade. Torna-se necessrio que a interveno para reduo dessas doenças seja direcionada para o perodo da infncia e adolescncia com aes que promovam a reduo da exposio desses indivduos alimentao de m qualidade e incentivo a prtica de atividade, no uso do tabaco e consumo moderado de lcool.

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Os fungos do gnero Metarhizium so entomopatognicos e ainda apresentam relaes endofticas e podem viver saprofiticamente no solo. A associao desses microrganismos com insetos bem conhecida, mas as interaes diretas com as plantas ainda so incipientes. Objetivou-se com este estudo, determinar a capacidade de colonizao endoftica em razes de cana-de-acar (Saccharum spp.) de M. robertsii, M. anisopliae e trs linhagens brasileiras recm-descobertas, bem como revelar o potencial destes fungos como antagonistas a dois fungos fitopatognicos responsveis pela podrido-vermelha (Fusarium moniliforme e Colletotrichum falcatum) e no controle de duas importantes pragas, a broca da cana-de-acar, Diatraea saccharalis e o nematide-das-galhas, Meloidogyne javanica. Foram utilizados 24 isolados de Metarhizium spp. nos experimentos de promoo de crescimento de plantas aps a inoculao em gemas de cana-de-acar em condies de casa-de-vegetao e campo. O efeito da inoculao do fungo em mudas de cana-de-acar foi investigado quanto a mortalidade e reduo no desenvolvimento de D. saccharalis e reduo nas populaes de M. javanica. Experimentos de inibio in vitro em cultivo pareado foram conduzidos com os fungos F. moniliforme e C. falcatum e Trichoderma harzianum. Alm disto, foram realizados testes qualitativos \"in vitro\" para avaliar a capacidade desses fungos em produzir &beta;-1,3-Glucanase e Siderforos. A inoculao de Metarhizium de todas as espcies testadas promoveu o crescimento de parte area, peso mido e seco de razes em relao ao controle (gua). Enquanto o tratamento de gemas rotineiramente usado na usina onde se realizou a produo de mudas pr-brotadas com aplicao do fungicida Comet&reg; + o fertilizante Biozyme TF resultou em pegamento de 32% e 59,6%, apenas com o uso de isolados de Metarhizium spp. estes valores foram de at 50% e 86,4%, nos dois experimentos em campo, respectivamente. As mortalidades observadas em lagartas de D. saccharalis que se alimentaram das plantas inoculadas com isolados de Metarhizium spp. atingiram valores de at 80%, sendo a mortalidade confirmada pela esporulao do fungo de at 55%. As lagartas sobreviventes apresentaram menor peso do que aquelas do controle no tratado. A inoculao de Metarhizium spp. em mudas de cana-de-acar conferiu proteo a M. javanica, resultando em uma densidade de massa de ovos por grama de raiz nas mudas inoculadas com o fungo at 59,8% menor no primeiro experimento e 64,1% menor no segundo em relao as mudas sem inoculao. Os ensaios de antagonismo mostraram que, todos os isolados de Metarhizium spp. apresentaram alguma forma de inibio tanto para F. moniliforme como para C. falcatum. Dos 24 isolados testados, 20,8% produziram a enzima hidroltica, &beta;-1,3-glucanase, o que pode estar associado a capacidade de inibio dos fungos fitopatognicos. Constatou-se que 8 (33,3%) dos isolados produziram siderforos e sugere que esses fungos apresentam mecanismos de disponibilizao do ferro. O conhecimento gerado com este estudo poder subsidiar novas estratgias de utilizao de Metarhizium spp. em campo na produo de MPB de cana-de-acar.

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Introduo: A microbiota intestinal possui grande diversidade de bactrias, predominantemente dos filos Bacteroidetes e Firmicutes, com mltiplas funes. A alimentao pode alterar sua composio e funo. Alto teor de gordura saturada altera a permeabilidade intestinal, eleva os lipopolissacardeos e predispe inflamao subclnica crnica. Dieta rica em fibras, como a vegetariana, induz elevao de cidos graxos de cadeia curta e benefcios metablicos. Objetivos: Para analisar a composio da microbiota intestinal de adventistas com diferentes hbitos alimentares e associ-los inflamao subclnica e resistncia insulina, esta tese incluiu: 1) reviso dos mecanismos que associam a alimentao microbiota intestinal e ao risco cardiometablico; 2) verificao da composio da microbiota intestinal segundo diferentes hbitos alimentares e de associaes com biomarcadores de doenças cardiometablicas; 3) avaliao da associao entre a abundncia de Akkermansia muciniphila e o metabolismo da glicose; 4) anlise da presena de entertipos e de associaes com caractersticas clnicas. Mtodos: Este estudo transversal incluiu 295 adventistas estratificados segundo hbitos alimentares (vegetariano estrito, ovo-lacto-vegetariano e onvoro). Foram avaliadas associaes com dados clnicos, bioqumicos e inflamatrios. O perfil da microbiota foi obtido por sequenciamento do gene 16S rRNA (Illumina Miseq). Resultados: 1) H evidncias de que as relaes entre dieta, inflamao, resistncia insulina e risco cardiometablico so em parte mediadas pela composio da microbiota intestinal. 2) Vegetarianos apresentaram melhor perfil clnico quando comparados aos onvoros. Confirmou-se maior abundncia de Firmicutes e Bacteroidetes, que no diferiram segundo a adiposidade corporal. Entretanto, vegetarianos estritos apresentaram mais Bacteroidetes, menos Firmicutes e maior abundncia do gnero Prevotella quando comparados aos outros dois grupos de hbitos alimentares. Entre os ovo-lactovegetarianos verificou-se maior proporo de Firmicutes especialmente do gnero Faecalibacterium. Nos onvoros, houve super-representao do filo Proteobacteria (Succinivibrio e Halomonas) comparados aos vegetarianos. 3) Indivduos normoglicmicos apresentaram maior abundncia de Akkermansia muciniphila que aqueles com glicemia alterada. A abundncia desta bactria correlacionou-se inversamente glicemia e hemoglobina glicosilada. 4) Foram identificados trs entertipos (Bacteroides, Prevotella e Ruminococcaceae), similares queles previamente descritos. As concentraes de LDL-C foram menores no entertipo 2, no qual houve maior frequncia de vegetarianos estritos. Discusso: 1) Conhecimentos sobre participao da microbiota na fisiopatologia de doenças podero reverter em estratgias para manipul-la para promover sade. 2) Apoia-se a hiptese de que hbitos alimentares se associam favorvel ou desfavoravelmente a caractersticas metablicas e inflamatórias do hospedeiro via alteraes na composio da microbiota intestinal. Sugerimos que a exposio a alimentos de origem animal possa impactar negativamente nas propores de comunidades bacterianas. 3) Sugerimos que a abundncia da Akkermansia muciniphila possa participar do metabolismo da glicose. 4) Reforamos que a existncia de trs entertipos no deva ser especfica de certas populaes/continentes. Apesar de desconhecido o significado biolgico destes agrupamentos, as correlaes com o perfil lipdico podem sugerir sua utilidade na avaliao do risco cardiometablico. Concluses: Nossos achados fortalecem a ideia de que a composio da microbiota intestinal se altera mediante diferentes hbitos alimentares, que, por sua vez, esto associados a alteraes nos perfis metablicos e inflamatrios. Estudos prospectivos devero investigar o potencial da dieta na preveno de distrbios cardiometablicos mediados pela microbiota.

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O aumento da resistncia microbiana devido a fatores como uso excessivo e ineficiente de antibiticos convencionais acarreta a necessidade da busca por novos compostos bioativos que atuem por mecanismos de ao diferentes aos frmacos j conhecidos. Na agricultura, o uso intensivo de pesticidas para o combate de microrganismos que comprometem principalmente a parte alimentcia tambm traz diversos problemas relacionados resistncia antimicrobiana e a riscos ambientais, oriundos do acmulo dessas substncias no solo. Dentro deste aspecto, o pseudofungo Pythium aphanidermatum, da classe dos oomicetos, destaca-se por ser uma espcie agressiva e altamente resistente a fungicidas comuns, apodrecendo razes e frutos de cultivos de tomate, beterraba, pepino, pimento, etc. A prpolis verde, constituda em sua grande parte por material resinoso coletado e processado pela abelha da espcie Apis mellifera tem sido utilizada na medicina tradicional devido ao seu amplo espectro de aes preventivas e tratamentos de doenças, possuindo propriedades anti-inflamatórias, antimicrobianas, anticancergenas e antioxidantes, tornando-se um produto de grande interesse na busca de novos compostos bioativos. Dentro destes aspectos apresentados, neste trabalho investigamos a ao da prpolis verde contra o fitopatgeno P. aphanidermatum e identificamos atravs da tcnica de cromatografia e bioensaios que a Artepillin C (3,5-diprenil-4-cido-hidroxicinmico), majoritria na prpolis verde, foi o principal composto nesta ao. Os efeitos teraputicos desta molcula tem sido foco de muitos estudos, porm ainda no h evidncia em sua interao com agregados anfiflicos que mimetizam membranas celulares. O carter anfiflico do composto, elevado pela presena dos grupos prenilados ligados ao cido cinmico, favoreceram a sua insero nas membranas modelo, principalmente em seu estado agregado. Estas concluses puderam ser inferidas devido s alteraes nas propriedades das bicamadas lipdicas na presena da Artepillin C, podendo causar, especificamente para o caso de fitopatgenos como o P. aphanidermatum, perdas funcionais das protenas de membranas, liberao de eletrlitos intracelulares e desintegrao citoplasmtica dos miclios e esporos. Ainda, as diferentes composies lipdicas nas vesculas influenciam no modo de interao do composto e consequentes alteraes em suas estruturas, principalmente na presena do colesterol, que auxilia na manuteno da permeabilidade da bicamada lipdica, que pode contribuir para a integridade do contedo citoplasmtico da clula.

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Introduo: A dermatite atpica (DA) uma enfermidade cutnea inflamatria de carter crnico, na qual o prurido constante, e com marcada xerose. Dermatose que geralmente se inicia na infncia, e pode surgir em indivduos com histria pessoal ou familiar de asma, rinite alrgica e/ou DA. A pele com DA apresenta colonizao por Staphylococcus aureus (S. aureus) em 80-100% dos casos, sendo responsvel pela produo enterotoxinas, capazes de exacerbar a resposta inflamatria na DA. Nesta enfermidade, existem distintos subtipos de clulas apresentadoras de antgeno ou dendrticas (DC), tanto na pele quanto circulantes. As DC exercem papel relevante na inflamao da DA, em especial um subgrupo de clulas dendrticas mieloides (mDC), as chamadas clulas dendrticas inflamatórias epidrmicas (IDEC). Objetivo: Avaliar o fentipo e a funo das mDC (IDEC-like) em clulas mononucleares do sangue perifrico (PBMC) na DA do adulto. Mtodos: Foram selecionados 21 pacientes com DA (idades entre18 e 65 anos, sendo 13 homens e oito mulheres) e 21 controles (idades entre 21 e 41 anos, sendo oito homens e 13 mulheres), nos quais foram realizadas as avaliaes fenotpica e funcional das mDC (IDEC-like) em PBMC. Para tal, foram analisadas as expresses de: Fc?RI, TNF, IFN-y, IL-10, CD36 e CD83 nas mDC, estimuladas com enterotoxina estafiloccica B (SEB), agonistas de TLR2 (Pam3CSK4), TLR4 (LPS) e de TLR7/8 (CL097) atravs da citometria de fluxo. Resultados: Os principais achados nos pacientes com DA foram: aumento da frequncia de clulas IDEC-like frente ao estmulo com agonista de TLR2 (Pam3CSK4); aumento da frequncia de IFN-y em condio no estimulada, e de IL-10 frente a estmulo com agonista de TLR7/8 (CL097) nesta populao de clulas dendrticas. Concluso: A caracterizao das mDC circulantes na DA evidencia perfil pr-inflamatrio em condio no estimulada, impactando na resposta imune adaptativa. O aumento significativo na frequncia de clulas IDEC-like nos pacientes com DA sugere sua participao na perpetuao do processo inflamatrio da DA

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According to the last global burden of disease published by the World Health Organization, tumors were the third leading cause of death worldwide in 2004. Among the different types of tumors, colorectal cancer ranks as the fourth most lethal. To date, tumor diagnosis is based mainly on the identification of morphological changes in tissues. Considering that these changes appears after many biochemical reactions, the development of vibrational techniques may contribute to the early detection of tumors, since they are able to detect such reactions. The present study aimed to develop a methodology based on infrared microspectroscopy to characterize colon samples, providing complementary information to the pathologist and facilitating the early diagnosis of tumors. The study groups were composed by human colon samples obtained from paraffin-embedded biopsies. The groups are divided in normal (n=20), inflammation (n=17) and tumor (n=18). Two adjacent slices were acquired from each block. The first one was subjected to chemical dewaxing and H&E staining. The infrared imaging was performed on the second slice, which was not dewaxed or stained. A computational preprocessing methodology was employed to identify the paraffin in the images and to perform spectral baseline correction. Such methodology was adapted to include two types of spectral quality control. Afterwards the preprocessing step, spectra belonging to the same image were analyzed and grouped according to their biochemical similarities. One pathologist associated each obtained group with some histological structure based on the H&E stained slice. Such analysis highlighted the biochemical differences between the three studied groups. Results showed that severe inflammation presents biochemical features similar to the tumors ones, indicating that tumors can develop from inflammatory process. A spectral database was constructed containing the biochemical information identified in the previous step. Spectra obtained from new samples were confronted with the database information, leading to their classification into one of the three groups: normal, inflammation or tumor. Internal and external validation were performed based on the classification sensitivity, specificity and accuracy. Comparison between the classification results and H&E stained sections revealed some discrepancies. Some regions histologically normal were identified as inflammation by the classification algorithm. Similarly, some regions presenting inflammatory lesions in the stained section were classified into the tumor group. Such differences were considered as misclassification, but they may actually evidence that biochemical changes are in course in the analyzed sample. In the latter case, the method developed throughout this thesis would have proved able to identify early stages of inflammatory and tumor lesions. It is necessary to perform additional experiments to elucidate this discrepancy between the classification results and the morphological features. One solution would be the use of immunohistochemistry techniques with specific markers for tumor and inflammation. Another option includes the recovering of the medical records of patients who participated in this study in order to check, in later times to the biopsy collection, whether they actually developed the lesions supposedly detected in this research.

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Introduo: A Organizao Mundial da Sade indica que a prevalncia do dficit de altura tem diminudo no planeta nas ltimas dcadas, pouco se sabe ainda sobre os fatores associados a este declnio ou sua associao com a desigualdade social. Objetivo: Descrever a evoluo do dficit de altura e da desigualdade socioeconmica em diferentes regies do mundo. Mtodos: A pesquisa foi baseada em dados secundrios provenientes do programa Demografic Health Surveys DHS de 6 sub-regies do mundo representando 24 pases em um total de 48 pesquisas na dcada de 90 e na primeira dcada do sculo 21 com 377.151 crianas menores de 5 anos. Foi considerada como varivel de interesse o Dficit de altura para idade considerado como a ocorrncia deste ndice inferior a -2 escore Z da distribuio de referncia WHO-2006. Foram imputados atravs de modelo de regresso os valores faltantes das variveis gua para beber, esgoto sanitrio e escolaridade materna. Foi estimado o ndice de Concentrao para as variveis dficit de altura, educao materna deficiente, gua para beber insegura, esgoto domiciliar deficiente e ocorrncia de doenças, tendo como varivel de ranqueamento o ndice de Riqueza. Dados do poder de paridade de compra fornecidos pelo Banco Mundial foram utilizados para verificar as diferenas na evoluo da desnutrio. Resultados: Nessa anlise acerca da evoluo da desigualdade socioeconmica do dficit de altura para idade em pases em desenvolvimento constatou-se que: a) a prevalncia do dficit de altura para idade decresceu em 87 por cento dos pases; b) apenas 8 pases (33 por cento ) aumentaram a diferena entre prevalncia do dficit de altura nos quintos extremos c) quatorze pases (58 por cento ) evoluram com diminuio do dficit de altura e aumento do ndice de concentrao; d) Dois pases que diminuram a o dficit de altura e a desigualdade tinham os menores valores de escolaridade materna deficiente; e) 13 pases (93 por cento ) daqueles que diminuram dficit mas aumentaram a desigualdade possuam indicadores de vulnerabilidade infantil deficientes. Concluses: Os pases em desenvolvimento apresentam reduo no dficit de altura em crianas menores de 5 anos. A diminuio da desigualdade na riqueza e na escolaridade materna deficiente explicaram maior parte da melhoria da desigualdade do dficit de altura para idade.

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Introduo: As doenças cardiovasculares so a principal causa de morte no Brasil e no mundo e apresentam importante contribuio para a carga global de doenças. A dieta tem sido considerada um dos determinantes primrios do estado de sade dos indivduos, atuando na modulao dos fatores de risco metablicos para doena cardiovascular. Objetivos: Desenvolver um modelo conceitual para a relao entre fatores de risco metablicos e investigar sua associao com padres de dieta de adultos e idosos residentes no municpio de So Paulo. Mtodos: Estudo transversal de base populacional com amostra probabilstica de adultos e idosos, residentes em rea urbana do municpio de So Paulo, que participaram do Inqurito de Sade do Municpio de So Paulo, realizado em duas fases entre os anos de 2008 e 2011 (estudo ISA Capital 2008). Na primeira fase do estudo, 1.102 adultos e idosos, de ambos os sexos, foram entrevistados no domiclio, por meio da aplicao de questionrio estruturado e do recordatrio alimentar de 24 horas. Na segunda fase, 642 indivduos adultos e idosos foram reavaliados quanto ao consumo alimentar por meio da aplicao, por telefone, do segundo recordatrio alimentar, e, destes, 592 participaram da coleta domiciliar de amostras de sangue venoso, da medio antropomtrica e da aferio da presso arterial por tcnico de enfermagem. Os alimentos relatados em ambos os recordatrios foram agrupados segundo a similaridade do valor nutricional e hbitos alimentares da populao, e corrigidos pela varincia intrapessoal da ingesto por procedimentos estatsticos da plataforma online Multiple Source Method. Os grupos de alimentos foram analisados por meio de anlise fatorial exploratria e confirmatria (manuscrito 1) e por modelos de equaes estruturais exploratrios (manuscrito 3), a fim de obter os padres de dieta. O modelo conceitual da relao entre os fatores de risco metablicos (leptina srica, protena C-reativa de alta sensibilidade srica, presso arterial sistlica e diastlica, razo colesterol total/lipoprotena de alta densidade, razo triacilglicerol/lipoprotena de alta densidade, glicemia de jejum plasmtica, circunferncia da cintura e peso corporal) foi obtido por modelos de equaes estruturais estratificados por sexo (manuscrito 2). Por fim, a associao dos padres de dieta com o modelo conceitual proposto (manuscrito 3) foi investigada por modelos de equaes estruturais exploratrios. ndices de qualidade de ajuste foram estimados para avaliar a adequao de todos os modelos. As anlises foram realizadas no programa Mplus verso 6.12. Resultados: No manuscrito 1, a anlise fatorial exploratria revelou a existncia de dois padres de dieta, os quais apresentaram boa qualidade de ajuste na anlise fatorial confirmatria quando aplicados os pontos de corte de cargas fatoriais |0,25| na rotao oblqua Promax. No manuscrito 2, a relao entre os fatores de risco metablicos foi diferente entre os sexos. Nas mulheres, a leptina srica apresentou efeitos indiretos e positivos, mediados pelo peso corporal e pela circunferncia da cintura, em todos os fatores de risco avaliados. J nos homens, a leptina srica apresentou efeitos diretos e positivos sobre a protena C-reativa de alta sensibilidade e efeitos indiretos e positivos (mediados pelo peso corporal e pela circunferncia da cintura) sobre a razo triacilglicerol/lipoprotena de alta densidade, colesterol total/lipoprotena de alta densidade e glicemia de jejum plasmtica. No manuscrito 3, foram obtidos trs padres de dieta, dos quais o Tradicional apresentou relao direta e negativa com a leptina srica e relao indireta e negativa com o peso corporal e a circunferncia da cintura, bem como com os demais fatores de risco metablicos. J o padro Prudente apresentou relao direta e negativa com a presso arterial sistlica, enquanto o padro Moderno no se associou aos fatores de risco metablicos investigados. Concluso: Diferenas nos padres de dieta de acordo com o tipo de rotao fatorial empregada foram observadas. A relao entre os fatores de risco metablicos para doena cardiovascular foi distinta entre homens e mulheres, sendo a leptina um dos possveis hormnios envolvidos. Os padres de dieta Tradicional e Prudente associaram-se inversamente com os fatores de risco metablicos, desempenhando uma importante estratgia de preveno e controle s doenças cardiovasculares no pas.

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A abertura poltica do Brasil democracia promoveu uma srie de mudanas legislativas e de organizao do Estado. Na rea da infncia e adolescncia, aps a promulgao do Estatuto da Criana e do Adolescente (ECA), foram criados conselhos de nvel federal, estadual e municipal, com o objetivo de promover e defender os direitos dessa populao especfica. Tambm foram formados os Conselhos Tutelares compostos por membros da sociedade civil, diretamente eleitos pela populao, com a funo de informar e promover esses direitos localmente. Utilizando a metodologia qualitativa-quantitativa do Discurso do Sujeito Coletivo, a pesquisa analisou a percepo e opinio dos conselheiros tutelares a respeito de situaes que envolvem a prtica sexual voluntria heterossexual e homossexual de adolescentes da faixa etria de 12 a 17 anos. Os dados foram colhidos com o uso de questionrios semiestruturados para autopreenchimento, apresentados em visita tcnica aos membros dos 44 Conselhos Tutelares do municpio de So Paulo. Alm do perfil social e familiar, foram coletadas opinies dos conselheiros quanto autonomia dos adolescentes e suas noes de desrespeito legal, alm de sugestes de orientao de condutas frente a trs casos hipotticos de prtica sexual realizada por adolescentes. Responderam pesquisa 80 (36,4 por cento ) conselheiros de um total de 220, de 29 (65,9 por cento ) dos 44 Conselhos Tutelares da cidade. Observou-se que apresentaram tendncia a reproduzir os modelos tradicionais negativos da sociedade brasileira no julgamento da prtica sexual de adolescentes, avaliando sua ocorrncia pela tica moral e de opinio de familiares e outros adultos. Mais da metade no associa tais prticas a impactos especficos sobre a sade e os direitos sexuais e reprodutivos dos adolescentes, nem realiza encaminhamentos para sua promoo. Adotam noes desiguais de gnero do senso comum, que remetem preocupao com a imagem e impactos da publicizao da sexualidade de meninas, no fazendo o mesmo para adolescentes meninos e veem as prticas homoafetivas sob a tica da violncia e seduo, associando-as necessidade de orientao psicolgica e problemas de sade mental. Considera-se que conselheiros tutelares esto pouco preparados para lidar com a sexualidade de adolescentes e normalmente treinados para avali-la tal qual a violncia sexual que acomete crianas. Como possuem status local de legitimidade, so procurados e tem poder de averiguao e encaminhamento pblico de ocorrncias, terminando por, muitas vezes, desrespeitar os direitos humanos de adolescentes quanto expresso e vivncia da sexualidade e da prtica sexual saudvel. Considera-se fundamental discutir o papel dos Conselhos Tutelares frente aos direitos de adolescentes, de forma que ao contrrio do proposto na democratizao do pas, no se configurem como mais um instrumentos de exerccio de poder para perpetuar desigualdades sociais. Na rea da sexualidade, a defesa dos direitos de adolescentes passa pelo respeito a sua sexualidade, acesso informao, garantia de servios pblicos que efetivamente os atendam para proporcionar exames, contracepo, preveno de doenças sexualmente transmissveis, etc., com respeito a sua cidadania, especificidades, necessidades, autonomia e dignidade pessoal, promovendo-os e defendendo-os frente a famlias, comunidade, a toda a sociedade e ao prprio poder pblico.

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Introduo: O deslocamento ativo tem estreita relao com problemas de sade pblica da atualidade e sua promoo pode contribuir para melhorias quanto mobilidade urbana, estado de sade e proteo do meio ambiente. Entretanto, a maior parte das pesquisas sobre o tema tem sido desenvolvida em pases de renda alta. A presente tese busca ampliar a investigao sobre o deslocamento ativo no Brasil. Objetivos: i) Descrever a frequncia, a distribuio e a variao temporal de indicadores do deslocamento ativo em populaes brasileiras; ii) Avaliar o impacto de mudanas no padro de transporte da populao sobre o deslocamento ativo, o tempo sedentrio e desfechos de sade em populaes brasileiras. Mtodos: Tese composta por sete manuscritos. O primeiro apresenta reviso sistemtica de estudos com informaes sobre a prtica de deslocamento ativo na Amrica Latina e Caribe; o segundo descreve estimativas representativas da populao brasileira sobre a prtica de deslocamento ativo para o trabalho; o terceiro e o quarto descrevem a frequncia e tendncia temporal do deslocamento ativo na Regio Metropolitana de So Paulo (ciclistas e escolares); o quinto discute a questo da mobilidade urbana e do direito cidade em So Paulo; o sexto e o stimo avaliam o impacto de mudanas no padro de mobilidade da metrpole paulistana sobre a prtica de deslocamento ativo, tempo no-ativo de deslocamento e tempo total de deslocamento, bem como sobre a poluio do ar e sade da populao. Resultados: A prevalncia mediana de deslocamento ativo encontrada em diferentes locais do Brasil foi de 12 por cento , variando entre 5,1 por cento em Palmas (Tocantins) a 58,9 por cento em Rio Claro (So Paulo) (Manuscrito 1). Um tero dos homens e das mulheres desloca-se a p ou de bicicleta de casa para o trabalho no pas. Em ambos os sexos, esta proporo diminui com o aumento da renda e da escolaridade e maior entre os mais jovens, entre os que residem em reas rurais, e na regio Nordeste. Em todas as regies metropolitanas estudadas, o quinto das pessoas de menor renda apresenta uma maior frequncia de deslocamento ativo (Manuscrito 2). Entre os anos de 2007 e 2012, observamos reduo no nmero de ciclistas em So Paulo e diferenas expressivas na proporo de ciclistas entre homens e mulheres (9,7 por mil habitantes versus 1,4 por mil habitantes em 2012) (Manuscrito 3). Tambm verificamos uma queda na proporo de crianas que se deslocam ativamente para a escola entre os anos de 1997 e 2012 (Manuscrito 4). O cenrio epidemiolgico do deslocamento ativo no pas resultante da disputa pelo direito cidade, com repercusses na transio de mobilidade humana e na sade e qualidade de vida da populao, como podemos observar no caso de So Paulo (Manuscrito 5). A construo de uma So Paulo mais inclusiva, com menores distncias para os deslocamentos cotidianos e maior frequncia de caminhada e bicicleta, levaria substancial reduo do tempo total e do tempo sedentrio despendidos nos deslocamentos, sem diminuir a durao do deslocamento ativo (Manuscrito 6). Traria tambm ganhos sade da populao, sobretudo pelo aumento da prtica de atividade fsica e da reduo da poluio do ar (Manuscrito 7). Concluses: A prtica de deslocamento ativo no Brasil apresenta marcadas diferenas segundo regio e caractersticas sociodemogrficas. De um modo geral, esta prtica vem diminuindo no pas, o que deve contribuir negativamente para a sade da populao. A promoo de cidades mais inclusivas e compactas, com o favorecimento a modos ativos de deslocamento, pode contribuir para reverter esta preocupante tendncia.